Trecho em que Hans Christian Andersen narra a perigosa experiência que viveu na viagem de Lisboa a Bordeaux, a bordo do navio “Navarro”, em seu livro “Uma visita em Portugal”:
“Por muito tempo fiquei, na clara noite estrelada, a olhar as ondas grandes do oceano, e quando, depois, voltei a entrar no salão e me estendi numa poltrona, acalmara-se me o espírito, alegrando-se com resignação perante Deus:
Tu, enigma da Eternidade,
Tu, luz da minha inteligência,
Tu, amor e magnanimidade,
Quão grandes se contêm em magnificência!
De Ti toda a vida é emanada,
Para Ti toda vida corre e se lança,
Para Ti dirijo a fronte curvada,
Tu, o melhor amigo da criança.
Os olhos, pois, quero pôr
Em Ti, confiante e crente,
O que melhor para mim for,
De Ti virá, certamente!
Fazei que a fé não perca, assim,
Em horas de angústia constante,
Na última, também, perto do fim,
Beija-me, como pai, nesse instante.”