O problema das comparações

Tempos atrás vi uma frase que me fez pensar bastante:
“Se você compara seus filhos com os filhos de outras pessoas, há apenas duas possíveis consequências: vaidade ou amargura. E nenhuma delas o ajudará a tornar-se um  melhor professor.
(O autor é o professor Andrew Pudewa, que já citei no material sobre leitura em voz alta e em outros lugares).
É claro que determinadas comparações são necessárias quando falamos de educação, afinal é isso que nos permite saber se a criança está se desenvolvendo de forma adequada para a idade, por exemplo. Mas não é este o tipo de comparação a que me refiro aqui, e sim a esse vício destrutivo que nós temos de sempre achar que “a grama do vizinho é sempre mais verde” e “ah, se eu pudesse ser como eles/ fazer como eles fazem!”
Fiquei pensando porque quando li eu havia tido uma conversa muito boa justamente sobre as comparações que fazemos de nós mesmos com os outros. Comparamos nosso trabalho, nossa personalidade, nossas produções e resultados, nosso jeito de falar, nossa roupa, até nosso país, nossa empresa, nossa doutrina ou religião… E pensei que assim como ele cita sobre os pais, o resultado também é sempre vaidade, por achar que estamos melhores, ou amargura, por achar que estamos piores. Não é muito verdade isso?
Creio que não é à toa que desde o princípio este foi o artifício usado pela serpente no evento da Queda. “Você não gostaria de ser como Ele?” A diferença é que hoje nós nos enrolamos na armadilha por conta própria. As redes sociais são um prato cheio para isso, aliás, porque elas foram projetadas para estimular esse sentimento. Começamos admirando aqueles que nos inspiram e logo nos vemos tentados a nos comparar. E assim perdemos o precioso tesouro de ser quem fomos criados para ser.
Acontece que ninguém foi criado para ser exatamente igual ao outro. Todos temos diferentes dons, diferentes vocações, diferentes histórias de vida, diferentes personalidades. E Deus fez assim porque queria que cada um vivesse com alegria a sua própria história. Na Educação por Princípios nós chamamos isso de Princípio da Individualidade. Mas creio que também existe aí muito de gratidão e contentamento.
Claro que precisamos lutar contra nossos vícios e nos tornar melhores naquilo que fazemos, mas acho que o ponto é sondar nosso coração para descobrir se estamos fazendo isso para viver mais plenamente nossa própria vida, ou apenas para nos sentirmos bem quando nos comparamos com os outros.
E como é maravilhoso quando a gente consegue se desfazer desses laços e sentir nosso coração livre para apreciar quem os outros são e ainda assim decidir manter o foco em quem EU sou e naquilo que EU fui chamada a ser e fazer. Sair da janela onde passamos o tempo observando a vida dos outros e ir viver com gratidão a nossa própria vida. E como é maravilhoso quando conseguimos ajudar as crianças a remover de suas vidas esse fardo de se comparar com os outros para viver com alegria e sabedoria a história que Deus escreveu para cada um!
Como venho dizendo já faz uns anos, acho que o mais importante não é ensinar a criança a ter uma boa autoestima, e sim ensiná-la a compreender o conceito de identidade. A questão não é o que você faz para se sentir bem. A questão é ser grato por ser quem você foi criado para ser. Esse é o maior desafio!
Uma musiquinha que aprendi quando era criança, alguns anos atrás voltou à minha memória e me ajudou quando eu me entristecia por não ser como as outras pessoas. Ela diz:
“Se eu fosse um elefante, com a minha tromba eu louvaria ao Senhor.
Se eu fosse um grande urso polar, com a minha barriga eu iria louvar.
Se eu fosse um peixinho lá no fundo do mar, louvaria ao Senhor sem parar de nadar.
MAS nem elefante, nem urso, nem peixinho eu sou. 
Eu sou o que sou.
Tenho um coração, um grande sorriso e uma linda canção.
Se Deus me fez assim, assim vou louvar. Tra-lá-lá-lá-lá!”
😊

2 respostas para “O problema das comparações”

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