São José dos Campos, 17 de junho de 2021.
Oi, gente! Boa tarde.
Hoje é quinta-feira e dia da nossa Carta da Semana. (Porque estou lutando bravamente contra mim mesma para conseguir estabelecer rotinas – e permanecer nelas. Deus me ajude!).
Bom, eu queria escrever dessa vez um textinho curto e até cortei várias partes, mas esse assunto me deixa tão brava, triste e indignada, que acabei deixando longo mesmo.
Acontece que dia desses li um texto sobre obediência e fiquei inconformada. Fiquei lembrando daquele livro “A droga da obediência”.
Escrito por Pedro Bandeira, e publicado em 1984, ele conta a história de um grupo de amigos que montaram um clube na escola chamado “Os Karas” e acabaram se envolvendo na investigação de uma organização criminosa que manipulava fórmulas químicas e acabaram criando uma nova droga que usavam com adolescentes. Essa droga fazia com que eles se tornassem “fiéis como cãezinhos” e fizessem tudo o que mandavam. O livro empolgante acabou dando origem a uma série de histórias com as aventuras do grupo e fez parte da minha infância, início da adolescência, quando eu já tinha lido todos os livros da Série Vagalume e precisava de algo mais.
Na história, a obediência é tratada como uma droga que deixa as pessoas incapazes de questionar os problemas do mundo, para que assim sejam manipuladas. O problema é que enquanto para mim isso não passava de uma história de mistério e aventura, muitas pessoas parecem agir como se isso fosse a mais pura verdade, e como se a obediência como se fosse um terrível mal para a criança.
Eu perco as contas de quantas vezes vejo pessoas dizendo que exigir que as crianças sejam obedientes é incapacitar as crianças de pensar e viver criativamente.
Uma das aulas do curso Educação do Caráter eu organizei para trabalhar a Virtude da Obediência JUNTO com a virtude da Criatividade, só para mostrar como NÃO FAZ SENTIDO alguém dizer que a obediência gera pessoas pouco criativas e sem capacidade de analisar as coisas criticamente.
E isso é triste demais porque eu sei quantos pais e mães lutam todos os dias para ensinar seus filhos e como precisam, além de tudo, lidar com os olhares reprovadores daqueles que afirmam que é errado querer filhos obedientes. Daqueles que tiveram seu pensamento formado mais por textos “inovadores” dos educadores modernos, do que pelos textos tão claros da Bíblia.
Nunca me esqueço do impacto que eu senti quando li aquele texto em que Deus fala a Jeremias: “Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.” Jr. 2.13
Gente… Se o que uma pessoa defende é claramente o CONTRÁRIO do que Deus ensina, não dá para ir atrás disso como se fosse algo bom só porque é diferente. Nem tudo o que é novo é bom!
Porque é “lindo” ver crianças pequenas argumentando e “dando bronca” no papai, mas só quem já precisou lidar com a desobediência quando a criança e o adolescente crescem sabem como isso é doloroso e difícil.
Mas e a criatividade? Ah, gente… Deus promete muito mais do que essa criatividade vazia que as pessoas tanto querem que as crianças tenham. Essa criatividade de crianças que têm um argumento para tudo o que os pais dizem, mas que não sabem fundamentar seus argumentos na verdade. Aos filhos obedientes Deus promete sabedoria, entendimento, conhecimento e vida!
Digo a vocês que eu cresci aprendendo que deveria ouvir em silêncio, nunca levantar a voz para meus pais ou professores, nunca virar as costas quando meus pais estavam falando. E se hoje eu trabalho escrevendo, criando, ensinando e até criticando pensamentos dos quais discordo, é porque Deus abençoou a educação que meus pais me deram e eu amo a eles e ao Senhor por isso.
Queridos pais, não se deixem levar por cisternas rotas. Nosso Deus continua sendo a fonte de águas vivas e permanecer em seus princípios continua sendo o melhor caminho para formar filhos felizes, que encontram sentido e propósito na vida e que florescem no mundo, para a glória de Deus.
Um abraço,
Katarine Jordão
educarcomsapiencia.com