Carta #4 – Dois livros que me fizeram chorar

São José dos Campos, 08 de julho de 2021.

Queridos amigos leitores,

Hoje queria contar sobre os livros, mas antes vou dizer algo super legal! Essa semana eu decidi tomar uma atitude sobre algo que estava me embaraçando a vida: desinstalei o Instagram do meu celular.

Quem me acompanha há mais tempo sabe que desde sempre – e por “sempre”, entenda-se “desde 2015” eu tenho uma batalha pessoal aqui contra as redes sociais. Tudo começou quando eu passei por um dos vales escuros da vida por conta de uma depressão e precisei me desconectar do excesso de informações. De lá para cá já saí e dei pausas várias vezes, mas sempre era difícil. Vai que essa semana meu esposo e eu estávamos conversando, depois do café da manhã, sobre o tempo que se tem na vida. E embora sempre pense nisso, dessa vez eu tomei uma atitude e desinstalei para não ficar mais o tempo todo abrindo e perdendo tempo.

Mas dessa vez foi tão diferente! De repente eu comecei a me sentir super feliz e super viva! Não sei bem explicar como é isso, mas acho que é uma sensação de despertar de um sono, ou de uma letargia. Sinto como se agora eu conseguisse focar nas coisas que realmente importam – os livros que tenho para ler, vídeos para gravar, textos a escrever… Enfim… Quis contar como isso me fez bem porque na semana passada falei sobre como às vezes nós precisamos “perder” algo, e percebo que foi isso que aconteceu.

Pois bem. E o que isso tem a ver com os livros que me fizeram chorar? Duas coisas. Já vou explicar.

A primeira vez que chorei lendo um livro foi quando tinha uns 11 ou 12 anos. Na época eu era viciada em ler (sério mesmo; eu lia até lavando louça – para o desespero da minha mãe) e estava começando a descobrir a estante de literatura brasileira na biblioteca da minha escola. Foi quando cheguei em José de Alencar e li “O tronco do ipê”. Para dizer a verdade verdadeira eu não me lembro de nada da história, exceto desse momento em que a moça diz para o noivo que se ele fosse embora não a encontraria viva nunca mais. Parece dramático, mas no contexto da história, e pela forma como o autor usou as palavras aquela cena me doeu tanto o coração que eu chorei.

Depois disso já chorei muitas vezes lendo livros, claro, mas o outro momento que quero contar foi quando eu comecei novamente a lidar com a depressão. Na época eu estava me sentindo infeliz e perdida na vida. E eu me sentia frustrada porque Deus não parecia responder ao que eu pedia.

Foi quando eu tirei da estante o livro “Heidi: a menina dos Alpes”. Eu já tinha ouvido falar sobre esse livro na escola onde dava aulas, mas achava que era uma história daquelas bem infantis. Depois, quando comecei a selecionar clássicos para o Programa Valores e Virtudes, comprei para ler e analisar. E foi nessa época que eu comecei a ler. E eu acho que nunca chorei tanto lendo um livro.

Eu me lembro de, em um momento, deixar o livro de lado e chorar sem parar.

Diferente da primeira vez, aqui eu não estava só emocionada com a história. Dessa vez eu estava sendo profundamente confrontada com o que se passava em meu coração naquela crise que estava vivendo. Heidi foi o livro que Deus usou para trazer cura ao meu coração naquele momento. Foi a história que Ele usou para me lembrar quem Ele era e quão preciosa era a vida – e quanta vida eu estava desperdiçando afundando-me naquele emaranhado de tristeza e frustração.

Nessa época eu entendi melhor por que são tão maravilhosos os livros clássicos. E por que é tão importante ler e conhecer esses livros. Eles não foram escritos seguindo um modelo ou método específicos que os classificaria como “clássicos”. Eles simplesmente foram escritos com maestria e seu conteúdo e forma eram tão bons e tão marcantes que eles continuaram a ser lidos geração após geração, marcando a vida de pessoas de diferentes culturas e lugares do mundo.

Então eu disse que minha decisão de desinstalar o Instagram do meu celular tinha duas coisas a ver com a história dos livros que fazem chorar.

A primeira é essa questão da depressão que me fez perceber que eu precisava, com urgência, desligar um pouco dessa virtualidade toda e viver mais o aqui e agora – a vida que estava aqui, ao meu redor. E foi num momento desses que me deparei com a história que me levou lá para os Alpes floridos em um dia de céu azul e me fez relembrar o que realmente importa.

A segunda é que eu me dei conta, recentemente, de que as redes sociais me amarravam com o facílimo acesso a distrações quando eu queria descansar. E isso me fazia não ter vontade de pegar um livro para ler, sabe?

Então o que quero compartilhar na carta dessa semana é o quanto tem sido boa essa sensação de que não preciso ficar me distraindo vendo a vida de outras pessoas e propagandas mil.

E não acho que isso seja uma norma não… Talvez para muitas pessoas as redes sociais sejam algo que não as atrapalha de desfrutar da vida, dedicar-se ao estudo e à leitura, usar seu tempo de modo produtivo e sábio. Mas no meu caso não era, sabe?

E a questão é que sempre existe algo que nos prende, não é? Eu fiquei lembrando daquele texto que memorizei quando era adolescente: “… desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta.” Hebreus 12.1

Esse texto fala sobre a fé. Sobre não nos perdemos em meio às canseiras e pesos dessa vida e desanimarmos de confiar no Senhor. E eu fiquei pensando nisso: às vezes nos sentimos presos e na verdade basta decidirmos nos soltar daquilo que nos embaraça para ficarmos livres para “correr, com perseverança, a carreira que nos está proposta”.

Que o Senhor nos ajude a discernir as coisas dessa vida com sabedoria e desfrutar da liberdade que Ele nos oferece. Vida plena, que floresce e que dá frutos.

Com carinho,

Katarine

P.S.: Se ainda não conhece esse livro da Heidi, veja aqui um pouco mais sobre ele e sobre o nosso material para ensinar a sabedoria e moldar o caráter por meio dessa leitura: Heidi, a menina dos Alpes.

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Uma resposta para “Carta #4 – Dois livros que me fizeram chorar”

  1. Muito bom seu texto Katarine! É bom saber que pessoas enfrentam as mesmas batalhas que nós, que não estamos sozinhos. Eu estou sempre tirando coisas do celular e a leveza que vem depois disso é impressionante! Abraços

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