Esse ano eu decidi escolher uma história para ler minha primeira leitura do ano. Tenho muitos livros de não-ficção na minha lista, mas todos nós precisamos da boa literatura nos conduzindo o coração e a mente pelos caminhos da imaginação.
Como já vinha há algumas semanas refletindo sobre a questão do tempo, peguei na estante esse livro que o meu amigo William Campos indicou anos atrás: Momo e o Senhor do Tempo.
Que história incrível para começar o ano! Quantas reflexões profundas ocuparam minha mente enquanto lia e nos dias que se seguiram!
Segue uma pequena resenha para vocês:

LIVRO: Momo e o Senhor do Tempo, de Michael Ende
(Michael Ende, para quem não conhece, é também o autor de “História Sem Fim”, que muitos conhecem pelo filme – eu mesma ainda não li o livro).
Em resumo, Momo é uma menina sem família e sem lar que, no início da história, passa a viver nas ruínas de um antigo teatro de pedras – que em minha mente ficou como um desses teatros gregos. Embora fosse uma grande cidade, a vida ali era simples e cheia da graça que emana das verdadeiras amizades, do cuidado uns com os outros e do ritmo tranquilo. Até que algo muito estranho começou a acontecer. Muito sutil, a princípio, mas que pouco a pouco foi consumindo o tempo e destruindo a alegria.
Não quero contar muitos detalhes, para não estragar a experiência de quem vai ler a história, mas quero dizer como foi minha experiência de leitura:
Para ser sincera, achei os primeiros capítulos meio “chatinhos”. O autor demora um pouco contando como era a vida ali depois que Momo chegou no local. Muitas histórias são contadas e eu estava impaciente para saber o que, afinal, estava acontecendo. Mas quando, finalmente, os problemas começaram, minha leitura “engatou” e eu terminei o livro em dois dias.
No dia seguinte era meu aniversário e saímos, o Paulo e eu, para passear numa praça aqui da cidade. Enquanto caminhávamos contei um pouco da história para ele e disse: “O problema é que a narrativa é infantil, mas a mensagem do livro diz respeito a questões da vida que só os adultos conseguirão entender de verdade, como o que é realmente importante e como podemos nos tornar prisioneiros do tempo”. Então ele me disse: “Mas não é por isso que incentivamos os pais a lerem com os filhos? Assim eles podem ir conduzindo a compreensão das crianças para esses aspectos que eles ainda não percebem”. Então respondi: “É verdade”. rsrs
Então quero deixar como indicação de leitura para vocês, considerando isso:
NÍVEL DA LINGUAGEM: Para quem quer dar de presente para uma criança pensando na leitura individual, devo dizer que é uma linguagem fácil para crianças com leitura fluente – não vou colocar idade específica aqui porque conheço crianças que já são fluentes aos 6 anos e outras que já são adolescentes, mas ainda não se tornaram fluentes.
IDADE QUE MAIS SE IDENTIFICA: Quanto à história em si, penso que crianças a partir dessa faixa dos 6/7 anos já vão gostar bastante, porque envolve bastante ação e alguma aventura. Não tem idade máxima (pelo menos eu, com 41 anos, ainda achei muito boa a história!).
INDICAÇÃO: Mas a experiência mais rica certamente será a leitura compartilhada em família ou em grupo com professores que façam essa mediação com reflexões sobre o que a história mostra. (Afinal, como adultos, uma de nossas tarefas, como sempre digo aqui, é descortinar o olhar da criança para ajudá-los a enxergar os princípios da Verdade, Bondade e Beleza que ainda não percebem sozinhos).
Um detalhe é que, embora eu tenha achado os primeiros capítulos mais lentos, eles são incríveis para mostrar a beleza da imaginação. Em um trecho o autor descreve um grupo de crianças brincando de faz-de-conta e chega a dar uma certa tristeza pensar que muitas crianças não sabem brincar mais assim. Aliás, em vários trechos da história eu senti isso: é uma descrição tão real que chega a dar tristeza.
Mas que bom que as histórias estão aí para nos fazer olhar para a vida com esse olhar mais atento e, quem sabe, decidir resgatar aquilo que se perdeu.
Terminei o livro com aquele versículo ecoando ainda mais forte em minha mente: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos corações sábios”. (Salmo 90.12).
Esse ano ainda falaremos muito sobre tempo e sabedoria por aqui, então fica a sugestão para incluírem em sua lista de leituras.
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Link para o livro: Momo e o Senhor do Tempo
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