Quando era jovem, lá por volta dos vinte e poucos anos, eu fui picada pelo bichinho da desilusão. Já estava há anos trabalhando como funcionária pública na área administrativa de uma Prefeitura e via minha vida passando, com a sensação de nunca sair do lugar.
Se na infância eu vivia os eventos com deslumbramento, agora tudo parecia futilidade. “Que bobagem comemorar ano novo… É tudo só mais um dia”, eu pensava.
Nem parecia aquela menina que esperava, ansiosa, a contagem regressiva, e que achava que o começo de um novo ano era quase como entrar num portal mágico onde a vida era toda nova. Agora, não via magia nenhuma porque no dia 2 de janeiro eu tinha que pegar, de novo, a estrada para a cidade onde trabalhava, pegando o trânsito absurdo da volta de ano novo… E ia continuar batendo carimbo, registrando correspondências e fazendo coisas em que não encontrava sentido nenhum. Entrei naquele pessimismo de achar que tudo era uma grande hipocrisia.
Mas alguns dias depois, dia 3 de janeiro de 2010, alguma coisa mudou. Para falar a verdade, não sei qual foi o motivo. Era meu aniversário, um dia bem propício para reflexões. Foi o dia em que cheguei àquela conclusão difícil: “É inútil reclamar que nada muda, se você continua fazendo tudo igual”.
Então sentei na frente do computador, abri um documento de Word e comecei a responder a essa pergunta: Qual o propósito da minha vida? Para que eu estou aqui, afinal? Que aspectos da minha vida intelectual, espiritual e de caráter eu precisaria considerar – de forma intencional – para ver mudanças reais acontecendo?
E enquanto ia escrevendo, muitas coisas foram ficando claras. Então abri uma nova página: Onde quero estar daqui a 5 anos?
Ali eu comecei a escrever o que gostaria de estar vivendo, em cada área da minha vida, no ano de 2014 (já que estávamos em 2010).
Foi quando percebi que nada daquilo aconteceria se eu não arrumasse coragem para mudar certas coisas. E foi quando decidi que queria sair do trabalho e ir estudar inglês fora do país enquanto trabalharia como Au Pair, (cuidando de crianças).
Se você me conhecesse sabe que eu não fui morar fora, mas o processo de meses de preparo para ser uma Au Pair me levaram a organizar tudo para sair da Prefeitura. Quando, em outubro de 2010, eu recebi a notícia de que não poderia embarcar para os Estados Unidos por conta da minha idade, eu já tinha tanta certeza de que precisava mudar de vida, que só alterei o destino final.
No dia do meu aniversário, 3 de janeiro de 2011, um ano depois, eu estava mandando currículos para escolas de São Paulo. Naquele dia, recebemos a visita de uns amigos dos meus pais. Eu não sabia, mas ela era diretora do CRE, uma escola cristã em São Paulo – uma escola que eu já tinha visto muitas vezes na internet e achado o máximo. E justo naquele momento eles estavam precisando de uma professora.
Em uma semana eu já estava de malas prontas me mudando para a Grande São Paulo para viver uma nova aventura.
Daí em diante, como dizem, o resto é história.
Nesses 12 anos, aquele documento do Word continuou a crescer. Hoje ele tem 53 páginas de reflexões, propósitos, decisões e registros das conquistas. Todo ano eu sento, releio, revejo meus conceitos e altero as metas conforme vou percebendo os rumos que a minha vida toma. Algumas coisas nunca mudaram. Como a primeira frase que dizia: “O propósito primordial da minha vida é agradar a Deus”.
Esse é o princípio que me faz considerar, ano após ano, cada aspecto da minha vida: família, saúde, profissão, estudos e ministério. E se hoje existe o Educar com Sapiência, é porque no dia 3 de janeiro de 2010 eu decidi que não queria mais a sensação de que a vida passava por mim. Eu queria viver para cumprir o propósito que Deus tinha para a minha vida, seguindo a vocação para a qual ele me preparou.
E foi assim que eu voltei a gostar demais de novos começos, fazer aniversário, viver a emoção de mais um ano que começa. Não mais como um momento mágico, como eu via quando criança, mas como o começo de um novo ciclo. Entendi que Deus criou as divisões de tempo e que cada novo dia, nova semana, novo mês e novo ano, são novas oportunidades de recomeçar na presença Dele.
Se você nunca fez algo assim, quero te encorajar a começar. Escolha um momento mais tranquilo – crie o momento, se precisar – e coloque no papel suas reflexões sobre onde pretende estar em 5 anos, e o que precisa rever em suas atitudes para que isso aconteça.
Nem tudo vai acontecer como você planeja. Isso é óbvio. Mas essas reflexões e decisões nos movem a atitudes que realmente mudam o rumo da nossa vida e nos trazem essa sensação de estar vivendo de verdade, não simplesmente vendo a vida passar.
E se quiser seguir uma sequência de reflexões que já me ajudaram, esse ano eu fiz mais algumas alterações no meu planner pessoal e agora você pode adquirir para usar também.
Neste planner você encontrará uma sequência com 31 páginas (em PDF, pronto para impressão) para refletir e considerar:
– Quais são, hoje, os anseios do meu coração?
– Como foi o ano que passou? O que vivi e alcancei?
– Em que áreas tenho me frustrado ao me comparar com outras pessoas?
– Onde eu gostaria de estar, daqui a 5 anos?
– Como avalio hoje cada uma dessas 10 áreas da minha vida?
– Como estou usando meu tempo hoje?
– O que tem me impedido de crescer?
– Quais são as habilidades e talentos que Deus me deu?
– Qual a minha realidade e prioridades hoje?
– Que situações e atividades eu decido me empenhar para tirar da minha vida?
– Quais são meus objetivos para cada uma dessas 10 áreas da minha vida?
– Como posso tornar meus objetivos mais simples e realizáveis?
– Qual será a palavra-chave para mim no próximo ano?
(Eu escolhi uma versão mais rosa antigo para o meu, mas para vocês fizemos diversas opções de capa e uma versão em cor neutra para as páginas.)
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Planejamento Pessoal “Uma vida que floresce”

